RESUMO
O Boom Tecnológico permitiu o desenvolvimento de empresas cujo negócio teve afirmação na Web, estas constataram que sem grandes despesas podiam lançar-se no mercado online.
O Facto de muitas das empresas não apostarem na expansão do negócio via online, e assumirem que o simples facto de ter um portal Web servia para expandir a marca, não resultou como um modelo de negócio eficaz.Existe empresas como a Pets.com ou a eToys, que não tiveram êxito na Web devido ao facto de não investirem na área logística, no transporte, e no atendimento ao cliente.
Empresas como a "ebay" mudaram eficazmente as regras do modelo de negócio online ao obter lucro das transacções efectuadas no site,no entanto colocaram-se à margem do negócio dispendioso de armazenamento, fotografia e distribuição de produtos. A Amazon teve mérito ao alcançar uma quota do mercado na venda online. A Google tem um grau de maturidade e complexidade que não se compara à Amazon, no entanto obteve resultados financeiros nunca antes conseguidos através da internet. No quarto trimestre de 2007 a Google obteve 36% dos lucros de vendas na internet : cerca de 3.4 biliões de Dólares.
Os modelos de negócio em comércio eletrónico abaixo indicados são focados em negócios que podem depender em grande parte ou na totalidade nas receitas online.
• Venda a Retalho online
• Impulsionada por publicidade
• Modelo de subscrição
• Pagamentos por downloads
• Marketing associado
• SaaS
• Corretagem ou intermediação
• Modelos de negócio online híbridos
Venda a Retalho Online
O negócio de vendas de bens físicos online tem crescido a um ritmo de dois dígitos há mais de uma década, actualmente está nos 130 biliões de dólares por ano nos Estados Unidos. De acordo com o departamento de comércio existe manobra de crescimento, visto que a venda a retalho na internet representa menos de 4% do total da indústria do retalho.
No cômputo geral, porém, o aumento do comércio eletrônico tem sido muito gentil com as pequenas empresas. Graças ao tráfego de pesquisa livre, as pequenas empresas podem agora ser descobertas pelos clientes em toda parte. A pesquisa paga permitiu que estas empresas investissem em publicidade de resposta direta. Esta dinâmica explica porque a web, vista através da típica página de resultados de pesquisa, ainda é um lugar muito mais democrático e muito mais hospitaleiro para os pequenos comerciantes do que os típicos centros comerciais ou grandes lojas de venda a retalho. Uma das razões é o inventário. O inventário dos resultados da pesquisa, e impressões em sites informativos e de entretenimento, é essencialmente ilimitado. Começar com produtos notáveis, junta-se o atendimento ao cliente, uma filosofia da empresa que as pessoas queiram falar, apoiá-lo com um marketing realista e um bom orçamento, leva a que apareçam muitos clientes.
A Nielsen NetRatings lança regularmente listas de lojas online com a maior taxa de vendas e a percentagem de todos os visitantes que completaram uma compra. A lista do top 10 para a época de férias de 2007 era a seguinte:
• The Popcorn Factory, 29.5%
• L.L. Bean, 23.6%
• Abe Books, 20.6%
• Amazon.com, 17.6%
• Hollister Company, 17.6%
• Lands’ End, 17.2%
• Coldwater Creek, 17.1%
• QVC, 17.1%
• Cabela’s, 16.8%
• Gymboree, 16.0%
As taxas de conversão não dizem necessariamente alguma coisa sobre a rentabilidade de uma loja, mas diz-nos que os visitantes a estes locais foram fortemente motivados para comprar. Nos últimos anos, a venda a retalho online têm vindo a tentar com que o marketing multicanal faça algum sentido. A melhor forma de atribuir custos e vendas quando eles estão distribuídos por vários canais diferentes, como catálogos, publicidade online ou lojas de venda a retalho, é fazer com que cada um deles desempenhe algum papel no impulsionamento das vendas.
Kevin Hillstrom, (diretor da consultoria Marketing Forense), recomenda ainda que as empresas analisem de um modo geral o comportamento dos clientes que voltam a comprar, e dos padrões de migração entre as marcas, grupos de produtos, ou canais de marketing. O objetivo é quantificar o grau a que está a operar no modo de aquisição de clientes versus modo fidelização de clientes, e também para identificar migrações de clientes entre diferentes canais de comercialização.
Como a Web 2.0 mudou o modelo de negócios global para a venda a retalho? As mudanças mais profundas têm a ver com o alcance para além dos mercados locais e gostos locais, e a capacidade extremamente ampla de oferta de stocks. Hoje não há desincentivo para oferecer todo um universo de produtos de potencial interesse para os clientes. Não havendo necessidade de os vendedores criarem stocks.O transporte de mercadorias “just in time” e as relações com a filial, permite a disponibilização dos produtos a tempo. Incluindo produtos personalizados como por exemplo: canecas garrafas de água etc.
Safa Rashtchy (analista de internet sénior na Piper Jaffray), disse à Shop.org na cimeira anual de 2006, que os retalhistas de comércio eletrônico de capital aberto, em média, têm margens de cerca de 14%, o dobro dos retalhistas de comércio tradicional. No entanto, estes lucros são investidos na crescente aquisição de clientes e em custos de envio.
No futuro, o desafio da Web 2.0 do retalhista de comércio eletrônico típico, é usar a segmentação de clientes para chegar aos clientes existentes para esses nichos especializados incontáveis. O site de comércio eletrônico típico de venda a retalho ainda tem espaço para apresentar melhorias com a Web 2.0. Podem ser muito mais dinâmicos, mais divertidos e com mais experiências sociais.
Impulsionada por publicidade
As receitas de publicidade parecem uma força irresistível, demonstrando ultimamente, uma habilidade incrível para lucrar com todos os tipos de conteúdo informativo,multimédia e atividades nas redes sociais. A grande responsável por parte dessa tendência é a parcela de receitas que os principais motores de busca concedem aos outros sites que exibem os seus anúncios. Outra maneira é o que a Google e outras empresas estão a fazer, ou seja, a distribuir os seus anúncios para fora em sites de terceiros, em troca de uma parte do dinheiro. Google, Yahoo, MSN têm tido uma boa dose de sucesso na captura de anúncios originalmente destinados aos resultados das suas páginas de pesquisa, e apresenta-los através de "páginas de conteúdo", sites de notícias, blogs, fóruns, etc. As plataformas de anúncios, permitiram igualmente a exibição de publicidade neste tipo de sites. Outras empresas estão a atrair anunciantes com foco no comportamento e outras estratégias sofisticadas. Os anunciantes estão a correr, em busca de potenciais novos clientes. Um modelo de receita sustentável para fornecer conteúdo de sites é algo que poderia ser o motor que impulsiona grandes aplicações móveis, redes sociais robustas, e muito mais.
Modelo de subscrição
Os utilizadores da Web têm como tradição recusar a assinar conteúdo, até mesmo o melhor conteúdo. O negócio de publicação, que foi pioneiro no modelo de assinatura offline, têm muitas vezes sido frustrado tentando avançar no mesmo modelo online. A informação e o entretenimento online têm mostrado uma propensão para serem gratuitos. É muito mais fácil obter anunciantes a pagar $20 a $40 por mil espectadores para um anúncio de vídeo, do que levar os consumidores a gastar mais um extra de $25 por ano para algo semelhante ao que eles já podem ter através da TV.
Sites de pesquisa financeira e de mercado têm gerido de forma eficaz a subscrição paga, ou pagar por acesso a modelos, geralmente expondo apenas um breve resumo de um tópico e cobrar pelo acesso completo. Enquanto grandes empresas de média ainda têm de quebrar um modelo de assinatura convencional que funcione, as pequenas editoras têm-se saído melhor, simplesmente porque a informação não está amplamente disponível e geralmente é mais relevante e vital para o público principal.
A educação tem sido um ponto brilhante para a Web 2.0. Programas online da faculdade superaram o cepticismo inicial. No outono de 2006, quase 3,5 milhões de estudantes (20% dos alunos de todo o ensino superior dos EUA), estavam a tirar pelo menos um curso online, de acordo com dados recolhidos pelo Consórcio Sloan. A Educação online tornou-se uma resposta mainstream para as necessidades de trabalho, especialmente dos adultos que procuram pós-graduação e formação profissional.
A Western Governors University (WGU) adoptou uma abordagem diferente, uma iniciativa sem fins lucrativos fundada e apoiada por governadores de 19 estados. A WGU oferece programas de formação acreditada online no mundo do negócio, tecnologia de informação, educação e cuidados de saúde. O conselho consultivo nacional inclui representantes de algumas das empresas mais proeminentes em chamar os mais bem treinados americanos para uma força de trabalho, como a Google, Microsoft, Hewlett Packard, Dell, Oracle, e Sun.
"O Google foi pioneiro da ideia do acesso à informação", disse o CEO do Google Eric Schmidt. "A razão pela qual o Google acha que a WGU é uma ideia tão boa é porque a WGU foi pioneira no conceito da competência baseada na formação sempre que quiser."
Pagamentos por downloads
Em 2003 o ITunes lançou um novo conceito de download de musica legal, cujo preço é apelativo, e em meados de 2007 ultrapassou a marca de 3 bilhões de downloads. Se o preço é justo, os clientes poderão escolher as alternativas legais sobre cópias piratas. Embora as empresas de média ainda enfrentem um desafio, que é oferecer um preço que o cliente considere aceitável.
A Forrester estima que os downloads pagos de vídeo geraram $279 milhões de receitas em 2007, acima dos $98 milhões do ano anterior. Mas a Forrester prevê um declínio no modelo pay-per-download, vendo um papel crescente da publicidade na condução do mercado de vídeo online.
Marketing associado
Até aparecer a distribuição dos anúncios pagos nos motores de busca, o marketing associado foi a única oportunidade significativa de receita de modo a que os proprietários dos sites não tenham que colocar à venda os seus próprios produtos. A indústria, notoriamente fragmentada e cheia de pequenas empresas acha que é difícil encontrar estimativas do tamanho da mesma. Mesmo em 2006, os investigadores da MarketingSherpa estimam que o marketing associado em todo o mundo arrecadou uns incríveis $6,5 bilhões em comissões e prémios. O negócio impulsionado pelo marketing associado inclui agora grandes empresas bem estabelecidas como a PriceGrabber, NextTag, FabulousSavings.com, MyPoints e Upromise.
Software-as-a-Service
Software-as-a-Service (SaaS) é um segmento enorme do negócio online, estimado em cerca de $9.000 milhões. A faixa de empresas SaaS de sucesso é impressionante, e isso varia de um modesto valor de $19 por mês para aplicações de Enterprise Software totalmente desenvolvidas e fornecidas a pedido através da rede. Apesar da indústria do SaaS estar bastante desenvolvida neste momento, ainda estamos no princípio do seu crescimento. Sem exagero, é possível antever uma época em que a maioria das aplicações de software será fornecida a pedido. As duas abordagens podem ser, aceder à web para transferir e instalar novas aplicações ou actualizações no computador, ou para aceder aplicativos hospedados remotamente, em servidores do prestador de serviços web.
Mas o crescimento real do SaaS chegará a partir de aplicações on-demand na web. O Software on-demand é um modelo de negócio que foi feito verdadeiramente para a Web 2.0, porque beneficia de maior largura de banda, armazenamento barato, e poder de computação robusta. O SaaS funciona para os clientes, porque já há uma vontade demonstrada para pagar por aplicações como estas, o SaaS simplesmente muda a plataforma de entrega do computador do cliente para o do fornecedor. E ao mover as aplicações para a nuvem, o SaaS também oferece muitas vantagens sobre o software tradicional: actualizações contínuas, integração com dados e serviços de terceiros em tempo real, e um modelo de pagamento pay-as-you-go.
Corretores e Intermediários
Os agentes de viagens e correctores, sofreram uma enorme migração de clientes individuais para sites de viagens online e corretoras “faça você mesmo” com desconto. Esses mercados eram ineficientes, e os correctores não estavam a fornecer valor suficiente. Muitos consumidores sentiram que poderiam fazer um melhor trabalho a pesquisar e a comprar férias ou acções online e economizar dinheiro no processo. Claro que no mesmo processo, os consumidores e vendedores foram descobrindo intermediários novos, recompensando-os com uma parte do negócio em troca do serviço de recolha de informação, classificação e processamento de transacções. Este é o modelo de negócio de corretagem ou intermediação. O estilo de negócio de corretagem online obtém a taxa do comprador, vendedor, ou ambos. As transacções são muitas vezes grátis para o consumidor, e apoiadas pelo vendedor que quer o acesso ao mercado.
Modelos de negócio online híbridos
Híbridos dos modelos acima referidos são fáceis de encontrar. Hoje, as empresas podem mudar-se para um novo modelo tão facilmente como pressionar Ctrl-V.
A Amazon é um grande exemplo de um modelo híbrido. Enquanto o primeiro objectivo da Amazon pode ser vender um produto que está nos seus armazéns, também dá espaço privilegiado a distribuidores de bens novos e usados. O importante quando passar para um modelo de negócio híbrido na Web 2.0 é fazer as contas. O truque é encorajar os melhores comportamentos para a linha de fundo, e não canibalizar as próprias vendas, concedendo destaque em excesso aos associados e anunciantes.
Análise Critica
O desenvolvimento da Internet nos últimos dez anos proporcionou indubitavelmente ao mundo dos negócios um conjunto de oportunidades e desafios de extrema importância.
Por um lado, assiste-se a uma maior transparência no acesso a informação, que possibilita a comparação entre produtos alternativos, bem como uma redução na distância entre a empresa e o cliente em termos geográficos e temporais. Por outro lado, o ciberespaço assume-se cada vez mais não só como um fórum para a prática direta de comércio eletrónico – designadamente em moldes business-to-business e business-to-consumer, mas também como uma fonte de informação privilegiada para a tomada de decisões por parte dos consumidores que decidem fazer compras online.
Embora actualmente possamos considerar que a venda de produtos teve um crescimento exponencial relativamente à uma década atrás, existe ainda muito que poderá ser explorado.
Do nosso ponto de vista o facto de não existir um moeda única, por forma a facilitar as compras online intercontinentais é uma menos valia do mercado de lojas online.
é importante olhar para a internet como algo que é global e que tem que ter regras idênticas globalmente e não por pais ou comunidade.
Regras tão simples como:
-Moeda Única;
-Legislação internacional;
-Custos de envio iguais;
-Troca de produtos;
-Apoio e defesa do consumidor;
-Segurança e Privacidade;
-A ausência da possibilidade de se poder tocar no produto escolhido (por exemplo, roupa);
-Falta de serviços de apoio;
-Número insuficiente de compradores e vendedores;
-Quebras de relacionamento humano;
-Acesso caro ou inconveniente à Internet
• Preocupações com:
o A forma de preparação dos produtos;
o A qualidade dos produtos alimentares;
o As condições de entrega dos produtos;
o O cumprimento dos prazos e horários.
• Preço como factor de decisão;
Acreditamos que no futuro, o uso de internet não seja pago pelos conteúdos que pretendemos adquirir, mas pelo facto de usabilidade do serviço de internet. "Como uma taxa reduzida que vem numa qualquer factura" assim como pagamos a taxa de radiodifusão.
O modelo de negócio das empresas vai ter o foco essencialmente em venda de produtos online a um preço mais reduzido com garantia de um melhor serviço.
Estes modelos de negócios precisam ser continuamente geridos de modo a evoluir de acordo com a estratégia da empresa.
As empresas precisam de avaliar e modificar se necessário os modelos de negócio para serem capazes de continuar a criar valor e sobreviver a longo prazo.
Este trabalho deve ser citado como:
Silveira, Clarisse; Correia, Jaime,Virtudes, José e Venâncio Rui (2012). Successful Online Business Models For Web 2 0 And Beyond. Trabalho da disciplina de Seminário de Sistemas e Tecnologias da Informação I. Universidade Atlântica, Portugal. Disponível em http://ssti1-1112.wikidot.com/cap-5-successful-online-business-models-for-web-2-0-and-beyo. Acedido em (data do dia de acesso).